Virus

Hoje, dia 16 de Março de 2020 volto a Portugal depois de, não dois, mas quase, meses a fazer Erasmus num lugar pequenino no Norte de Espanha, nas Astúrias. Mais três dias e completo vinte e um anos que andei por aqui a dar voltas ao sol e é também a primeira vez em toda a minha vida em que posso dizer que sinto medo. É o quarto dia desde que nos puseram em isolamento social e mais um dia sozinha dentro daquelas paredes naquele pequeno apartamento em Gijón e penso que a minha saúde mental ia desta para melhor.
Este vírus surgiu na China no dia 1 de Dezembro de 2019, no início é sempre algo que não nos afeta, não vemos as proporções e consequências a olho nu, não sentimos na pele o que é viver numa comunidade afetada, até sentirmos. O poder deste vírus não se dá apenas no nosso organismo, pela tosse, fadiga ou falta de ar que sentimos mas sim quando vemos os nossos avós, pais, entes familiares em risco de serem levados por esta doença que se diz tão comum como uma gripe mas que se espalha, e não digo isto com todas as certezas científicas, 10 vezes mais. Que se está a modificar e, esta sim, é a parte assustadora, para algo capaz de ter consequências fatais em crianças e pessoas jovens e saudáveis.
Este vírus mostra-se capaz de estragar muitas outras áreas criadas pelo homem. Todo o caos à volta da procura de comida, super mercados que muitas vezes se encontram vazios (tanto a nível de mercadoria como de pessoas), centros comerciais fechados, cinemas, eventos cancelados... Todo o mercado em um segundo parece ter sido evaporado, sem se saber se vai ter melhoramento possível nos próximos dias ou semanas ou meses.

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